Doar Medula Óssea: Como Funciona e Por Que É Importante

Quem Pode Doar?

Tornar-se um doador de medula óssea é um gesto nobre e acessível, mas exige o cumprimento de critérios estabelecidos para garantir a segurança tanto do doador quanto do receptor.

Entender esses requisitos é fundamental para quem deseja participar dessa corrente do bem. Veja abaixo, em detalhes, as condições necessárias para se cadastrar como doador de medula óssea no Brasil:

Faixa Etária:
Para realizar o cadastro inicial como doador, é necessário ter entre 18 e 35 anos de idade. Essa faixa etária é considerada ideal, pois, geralmente, a medula óssea de pessoas jovens possui maior capacidade regenerativa e é mais robusta.

No entanto, uma vez cadastrado, o doador pode ser chamado para doar até os 60 anos, caso haja compatibilidade com um paciente.

Estado de Saúde:
É indispensável estar em bom estado de saúde. Isso significa que o doador não pode apresentar doenças graves, especialmente aquelas que possam comprometer o sistema imunológico ou o processo de transplante.

Doenças infecciosas crônicas, como hepatite B, hepatite C ou HIV, bem como condições imunológicas graves, tornam a pessoa inelegível para a doação.

Peso Mínimo:
O peso mínimo exigido é de 50 kg. Isso se deve ao fato de que o volume de medula coletado está diretamente relacionado ao peso corporal do doador, garantindo que ele não sofra consequências negativas após o procedimento.

Histórico de Saúde:
O doador não pode apresentar histórico de câncer, doenças autoimunes (como lúpus ou artrite reumatoide) ou doenças do sangue (como anemia falciforme ou leucemia). Essas condições podem comprometer a qualidade da medula óssea e representam um risco para o receptor.

Como Funciona o Processo

Cadastro

O primeiro passo para doar medula óssea é se cadastrar como doador em um hemocentro, uma unidade de coleta autorizada pelo Ministério da Saúde.

Durante o cadastro, você preencherá um formulário com informações básicas, como dados pessoais e histórico de saúde, e será coletada uma amostra de sangue (aproximadamente 5 ml).

Essa amostra é usada para identificar suas características genéticas, que serão inseridas no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME). Esse banco de dados conecta doadores e pacientes em busca de compatibilidade.

Compatibilidade

Quando um paciente necessita de transplante, os médicos verificam se há algum doador compatível no REDOME.

A compatibilidade é baseada no sistema HLA (Antígeno Leucocitário Humano), que é altamente específico.

A chance de encontrar um doador compatível fora da família é de 1 em 100 mil, o que reforça a importância de aumentar o número de doadores cadastrados.

Confirmação

Caso você seja compatível com um paciente, será contatado pelo hemocentro para realizar exames adicionais que confirmem a compatibilidade e avaliem sua saúde atual. Esse processo garante que a doação será segura para ambas as partes.

Doação

Punção direta da medula óssea: Este método envolve a coleta da medula óssea do osso do quadril (não da coluna). O procedimento é realizado sob anestesia geral ou epidural, o que elimina qualquer dor.

É um procedimento rápido, e o doador geralmente pode retornar para casa no mesmo dia ou no dia seguinte.

Aferese: Esse método coleta células-tronco diretamente do sangue periférico. Para isso, você tomará medicamentos durante alguns dias que estimulam a produção de células-tronco no sangue.

Em seguida, as células são coletadas por meio de uma máquina que separa as células-tronco do sangue e retorna o restante ao corpo.

Ambos os métodos são considerados seguros, e a medula óssea do doador se regenera completamente em cerca de 15 dias. O acompanhamento médico é fornecido durante todo o processo para garantir a sua segurança.

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